Reportagem do Jornal Agora - O jornal do sul
Publicada em: 17/11/10
Pela antiguidade, como cidade primeira do Rio Grande do Sul e porto internacional, o Rio Grande destaca-se como centro irradiador da Umbanda gaúcha, que vê passar os 102 anos de sua presença nesta terra e consequentemente em todo o Estado.
A Umbanda brasileira conta com vários milhões de seguidores, espalhados por todo o território, especialmente na Bahia, que pode ser considerada a Capital da Umbanda no Brasil, mas também em Rio Grande a religião, coordenada pela Urumi (União Rio-grandina de Cultos Afro-Brasileiros Mãe Iemanjá), conta com a participação de milhares de adeptos, através de um grande número de centros e associações que, pela sua força, difundem os ensinamentos afro-brasileiros que chegam aos 102 anos.
Devemos, para falar em Umbanda, trazer à lembrança os velhos tempos, quando um grupo de abnegados resolveu arregaçar as mangas e trabalhar no sentido de adquirir a bela imagem de Iemanjá, através de um trabalho do escultor conterrâneo Érico Gobbi, que hoje enfeita a praia do Cassino, servindo como ponto de atração de dezenas de associações umbandistas da região e mesmo dos vizinhos países do Prata, que rumam para Rio Grande a cada 1º de fevereiro, quando prestam significativa homenagem à Rainha das Águas.
Ao tempo do então prefeito Rubens Correa, o Município participava com incentivo do trabalho da Urumi, responsável pela organização das festividades brilhantes no 1º de fevereiro, inclusive trazendo do centro do País (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais) renomadas autoridades e lideranças da Umbanda nacional. O Cassino transformava-se, por dois dias, na Capital Brasileira da Umbanda, e para cá convergiam também centenas de centros religiosos que preenchiam um grande espaço da maior praia do mundo.
Embora ainda com boa organização, as festividades umbandistas do Cassino deixam saudades dos velhos tempos, quando a fé religiosa misturava-se ao turismo, fazendo da praia rio-grandina um ponto de recepção que alcançava número superior a 200 mil pessoas que ali chegavam para prestigiar os trabalhos.
Quem sabe possamos ter, num futuro próximo, a repetição das grandes festas no 1º de fevereiro, com a presença de autoridades da Umbanda brasileira para prestigiar a religião e reforçar a fé que aqui, no Rio Grande, é cultuada, com certeza, há bem mais de um centenário.
Por Moacir Rodrigues
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