16 de setembro de 2011

Cosme e Damião

  Tanto a Igreja Católica quanto o candomblé cultuam os santos mártires Cosme e Damião, padroeiros dos médicos e protetores dos gêmeos e das crianças. 
      Cosme e Damião, irmãos gêmeos, nasceram em data incerta, no século III, de uma família nobre da Arábia. Estudaram medicina na Síria, e depois foram para Egéia, na Cilícia, Anatólia. Não recebiam pagamento por seus serviços médicos -- daí serem chamados "anárgiros", ou seja, que "não são comprados por dinheiro" -- porque seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã. 
      Como se recusassem a renunciar a seus princípios religiosos, foram martirizados em Egéia, no ano de 303, por ordem do governador Lísias, em obediência a ordens terminantes do imperador Diocleciano, de perseguir e exterminar os cristãos. Decapitados, seus restos mortais foram transportados para Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. Uma parte das relíquias foi levada, no século VI, a Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. 
      Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. No Brasil, em 1530 construiu-se uma igreja em Igaraçu PE, em honra aos santos Cosme e Damião. No candomblé, são identificados com os orixás Ibeijis, amigos das crianças e das festas, danças e iguarias. Daí o costume de oferecer balas e doces no dia dos santos, chamados popularmente Dois-Dois. Na Bahia, oferece-se em sua homenagem o "caruru dos meninos", servido com pratos e talheres pequenos. Não se cortam todos os quiabos em picadinho: sete ficam inteiros, e a pessoa em cujo prato cair um deles, mandará rezar uma missa. No Rio Grande do Sul, os Ibeijis são denominados Beifes. No Rio de Janeiro, aparecem acompanhados de Doum -- na cultura iorubá, nome dado ao filho nascido depois de gêmeos.

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